sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O controle interno na Universidade Federal do Espírito Santo na p

O controle interno na Universidade Federal do Espírito Santo na perspectiva da auditoria interna

 

 

Abstract

This paper seeks to identify, through case study with the internal audit of the Federal University of Espirito Santo (UFES), the internal control procedures performed in that institution and its efficiency in the perception of that sector.  Therefore, we made semi-structured interviews and a questionnaire that helped to elucidate the problem in question.

Initially, in item 1, there is a context where UFES is presented generally, then the item 2, it expounds the methodology is detailed and the research objective and hypotheses drawn; item 3 covers the theoretical in which concepts are defined and demonstrated the evolution of internal control in the public sphere, then the item 4 is the presentation of search results themselves, the conclusions are set out in section 5 and finally, it presents suggestions for further research in Item 6.

Keywords: Internal Control, Internal Audit, Controller.

Author: Iury da Silva Pessôa (iury@ct.ufes.br)

 

Resumo

O presente trabalho busca identificar, por meio de estudo de caso junto à auditoria interna da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), os procedimentos de controle interno efetuados naquela instituição bem como sua eficiência na percepção daquele setor. Para tanto foram feitas entrevistas semi-estruturadas e aplicados questionários que ajudaram a elucidar o problema em questão.

Inicialmente, no item 1, é feita uma contextualização onde a UFES é apresentada de maneira geral; em seguida, no item 2, é exposta a metodologia utilizada e é detalhado o objetivo da pesquisa e as hipóteses traçadas; o item 3 abrange o referencial teórico no qual são definidos conceitos e demonstrada a evolução do controle interno na esfera pública; então no item 4 ocorre a apresentação dos resultados da pesquisa propriamente ditos; as conclusões são explicitadas no item 5 e, por fim, apresenta-se sugestões para novas pesquisas no item 6.

Palavras-chave: Controle Interno, Auditoria Interna, Controladoria.

Autor: Iury da Silva Pessôa (iury@ct.ufes.br)

 

 

1                               Introdução

A Universidade Federal do Espírito Santo, fundada em 05 de maio de 1954, e incluída no sistema federal de ensino pela Lei nº. 3.868, de 30 de janeiro de 1961, é uma Instituição Federal de ensino superior, de pesquisa e de extensão além de domínio e cultivo do saber humano, é uma instituição de natureza autárquica, em regime especial, vinculada ao Ministério da Educação (UFES, 2002). Atualmente apresenta-se como uma das maiores e mais sólidas Instituições de Ensino Superior (IES) do Espírito Santo, contando com 222.119 m² construídos e distribuídos em quatro campi universitários (Goiabeiras, Maruípe, Alegre, São Mateus) a instituição detém 1.122 docentes; 2.148 servidores; 12.798 alunos matriculados na graduação presencial; 966 alunos matriculados na Pós-graduação strictu sensu e 6.428 alunos matriculados no ensino à distância (UFES, 2005).

A universidade tem o papel de fomentar o ensino a pesquisa e a extensão no estado do Espírito Santo e conta com um orçamento anual de R$ 281.263.806,00 para implementar suas ações (UFES, 2002).

Tabela 1 – Receitas

GRUPO DE RECEITA

2005

Recursos Ordinários do Tesouro

226.788.543

Recursos de Convênios

8.756.798

Recursos Próprios

3.625.697

Hospital Universitário

20.215.319

Recursos a receber

21.877.449

VALOR

281.263.806

Fonte: Relatório de Gestão 2005 (2005)

Em 2005 a universidade realizou o planejamento estratégico no qual contou com a participação de representantes de diversos setores da Universidade, da Comunidade, das Indústrias e do Governo Local, neste foram traçadas metas e objetivos para 2010.

Entretanto para alcançar seus objetivos é fundamental que a Universidade consiga controlar seus recursos humanos, financeiros e físicos. Para tanto é necessário um adequado Sistema de Controle Interno, visto que, segundo Rezende (2004), toda empresa possui controles internos, mas nem todos estão adequados a sua realidade. De acordo com ele a aplicação adequada do Controle Interno trará a confiança e garantia das melhores decisões tomadas para o crescimento da empresa.

2                               Metodologia

2.1                            Situação Problema

Considerando que os objetivos e práticas do controle interno devem estar ligados aos interesses de organização para que as políticas implantadas e objetivos almejados se realizem (Attie, 1998), a presente pesquisa se propõe a identificar o Sistema de Controle Interno da universidade valendo-se da perspectiva da Auditoria Interna, relacionando suas principais práticas.

2.2                            Objetivos

2.2.1                            Objetivo Geral

O objetivo geral da pesquisa é analisar o controle Interno na perspectiva da Auditoria Interna na Universidade Federal do Espírito Santo.

2.2.2                            Objetivos Específicos

Como forma de direcionar a pesquisa e tornar o trabalho consistente, são propostos os objetivos específicos dispostos a seguir:

·       Descrever, através de levantamento teórico e revisão bibliográfica, conceitos e fundamentos do Controle interno na esfera pública;

·       identificar, por meio de estudo de caso junto ao Setor de Auditoria Interna, a relação da Auditoria Interna e o Controle interno na UFES;

·       Avaliar, através dos estudos efetuados (análise do que ocorre na prática e o que prescreve a teoria), a eficiência do Controle Interno.

2.3                            Metodologia

Pesquisa é um conjunto de procedimentos racionais e sistemáticos utilizados para responder questionamentos cujas respostas ainda não foram respondidas, ou cujas respostas não têm aderência com a realidade que será alcançada com a pesquisa.

Para Gil (1999, p.42) citado por Silva e Menezes (2005, p. 19), a pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. Segundo ele o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.

Dessa forma, esta pesquisa pode ser caracterizada conforme segue:

Quanto à natureza: Pesquisa Aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática e dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.

Quanto à forma de abordagem do problema: Pesquisa Quantitativa e Pesquisa Qualitativa.

Quanto aos objetivos: Pesquisa Exploratória, pois               visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses envolvendo levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Quanto aos procedimentos técnicos: Estudo de caso, principalmente, porém envolve também a Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa Documental, o instrumento precípuo para a obtenção de dados junto à entidade pesquisada será o questionário entrevista-estruturada.

2.4                            Hipótese e Suposições

Dada a complexidade em se implantar eficientes Sistemas de Controle Interno, a característica de autonomia dos setores que compõe a UFES na gestão dos recursos capitados e o fato que a maior parte do orçamento da universidade é destinado à folha de pagamento e a afirmação de Rezende (2004) que toda empresa possui controles internos, mas nem todos estão adequados a sua realidade, pode-se inferir as seguintes hipóteses:

Ho (hipótese nula): A UFES possui um sistema de Controle interno formal e este é eficiente.

H1 (hipótese alternativa): A UFES possui um sistema de Controle interno e este é ineficiente.

2.5                            Contribuição

Esta pesquisa pretende compartilhar com a comunidade experiências práticas de Controle Interno na perspectiva da Auditoria Interna na UFES, demonstrando suas eficiências e ineficiências, contribuindo para a discussão e melhoria de tais práticas.

2.6                            Limitações

Devido às dimensões da UFES uma pesquisa específica focando toda a instituição é difícil, por isso optou-se por focá-la na Auditoria interna.

A pesquisa limitou-se a identificar a forma como ocorre o Controle Interno pela ótica da Auditoria Interna da UFES. Não foi feita pesquisa junto as Fundações de Apoio as quais gerenciam boa parte dos recursos financeiros desta IFES.

A auditoria Interna da UFES é um setor relativamente novo, o que limita quantitativa e qualitativamente as informações de cunho prático prestadas por esta.

O caráter sigiloso de algumas informações dificultam a pesquisa com escopo como o deste trabalho.

O trabalho não tem caráter exaustivo.

3                               Referencial Teórico

3.1                            A Universidade

Para alcançar o desenvolvimento, o investimento em educação e em recursos humanos é fundamental, independentemente do nível de evolução de um país, povo ou nação. Neste cenário, o papel da Universidade, é de grande importância para a sociedade, entende-se como universidade, em sentido amplo, a instituição responsável por produzir e transmitir conhecimentos, sendo uma de suas principais funções a de formar cidadãos capazes de transformar a realidade social, política e econômica do ambiente em que estão inseridos.

Veiga citado por Delpino (2000, p. 27), acrescenta ainda que a importância política da universidade reside, portanto, nas interconexões com o sistema produtivo (desenvolvimento de ciência e tecnologia, além de treinamento de força de trabalho altamente qualificada), com a estrutura de dominação (treinamento de elites e legitimação de papéis sociais através da distribuição de credenciais e da reiteração de desigualdades político-econômicas) e com as forças hegemônicas de controle social (delimitação da confrontação político-ideológica e veiculação de teorias interpretativas da realidade social existente, assim como difusão de atitudes, valores e saber apropriados às estruturas hierárquicas).

Entretanto segundo Teixeira (1989, p. 85) a universidade deve “constituir-se em uma comunidade de objetivos mais amplos que os do ensino e o da pesquisa”. Ele afirma que a universidade seria a “liberdade organizada”, pois esta instituição surge na idade média e “A sobrevivência dessa corporação, a despeito do individualismo revolucionário do século XVIII, é muito significativa para o destino no mundo moderno daquele aspecto da liberdade, já antes sublinhado, isto é, o da "institucionalização" da liberdade”.

3.2                            A Contabilidade

3.2.1                            Conceito e Histórico

A Contabilidade é definida por Iudicibus (1999) como método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação, contudo esta definição que apresenta a Contabilidade como método é recente, pois a sistematização das doutrinas e teoria contábil só iniciou-se de forma relevante a partir da metade do século XIX.

Todavia, apesar de só ganhar status de ciência recentemente, a Contabilidade surgiu junto com as civilizações. Desde que passa a viver em comunidade o homem teve a necessidade de acumular (alimentos e posteriormente bens) e, portanto, a necessidade de controlar o patrimônio surge, uma contabilidade embrionária com fins de controle e gestão. Sá (1999) argumenta que o nascimento da Contabilidade inicia-se com da inscrição de elementos da riqueza patrimonial, passando, aos poucos, a registros de melhor qualidade.

Dessa forma a contabilidade surge aproximadamente 20.000 anos. Porém só a partir da publicação, em novembro de 1494, pelo frei franciscano Luca Pacioli, da primeira literatura contábil “relevante” denominada “Summa de Arithmetica, Geométrica, Proportioni et proportionalitá”, a qual consolida o método das Partidas Dobradas, é que a contabilidade começa a ganhar vulto. Depois, vemos a Contabilidade acender como ciência no final do século XIX com as várias escolas européias e ganhar corpo técnico com a escola americana após o início do século XX, os quais monopolizam a questão da normatização contábil até nossos dias com o “Financial Accounting Standard Board” (FASB), porém começam a perder força com o surgimento da União Européia (EU) e a formação do “International Accounting Standard Board” (IASB).

3.3                            Controle Interno

3.3.1                            Conceito

Segundo Franco (1992) por controles internos entendemos todos os instrumentos da organização destinados à gestão, que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.

Já o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na resolução 820/97, afirma que o controle interno compreende o plano de organização e o conjunto integrado dos métodos e procedimentos, adotados pela entidade na proteção de seu patrimônio, promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros e os demonstrações contábeis e de sua eficácia operacional.

Os objetivos do controle interno devem estar diretamente ligados aos interesses de organização para que realmente as políticas implantadas e objetivos almejados se realizem. De acordo com Attie (1998) como regra geral, o controle interno tem quatro objetivos básicos:

·       Salvaguarda dos interesses da empresa;

·       Precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis, financeiros e operacionais;

·       O estimulo à eficiência operacional;

·       Aderência às políticas existentes.

3.3.2                            Controle Interno na Administração pública

A história do controle interno na Administração Pública Federal tem seu marco inicial na Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964, que introduziu as expressões controle interno e controle externo, além de definir as competências para o exercício daquelas atividades (CISET-MRE, 2006).

Segundo Remyrech (REMYRECH, 2005), na Administração Pública brasileira, a modernização do sistema de controle veio com a denominada Reforma Administrativa, introduzida pela Constituição de 1967 e designadamente através do Decreto-Lei nº. 200, de 20 de fevereiro de 1967. O autor expõe que o novo modelo permitiu, desde então, a utilização da prática de acompanhamento dos atos de gestão e de administração de forma mais ágil, abandonando-se o modelo superado, que se preocupava mais com o aspecto formal, revelando-se, por isso, ineficaz e viciado. Passou-se a adotar, então, o processo de auditorias financeiras e orçamentárias.

Com a criação da Secretária Federal de Controle, o governo passou a ter um órgão exclusivo de controle interno de suas contas. Mas desde a sua criação, assim por sua vinculação direta ao Ministério da Fazenda, tem passado por um período cheio de discussões e propostas de mudança para uma maior eficácia (SIQUEIRA, 2006).

Atualmente o controle interno público encontra-se num estágio mais avançado. Este associado ao controle externo (atribuído ao poder legislativo, executado pelo TCU) objetivam promover a realização do bem público, para obtenção do resultado máximo, com o mínimo de recursos, sem desvios e desperdícios. A interação de ambos forma o Sistema de Controle, que tem por fim, em outros termos:

·       Assegurar eficácia, eficiência e economicidade na administração e aplicação dos recursos públicos;

·       Evitar desvios, perdas e desperdícios;

·       Garantir o cumprimento das normas técnicas, administrativas e legais;

·       Identificar erros, fraudes e seus agentes;

·       Preservar a integridade patrimonial;

·       Propiciar informações para a tomada de decisões.

A necessidade de se ter uma Auditoria Interna em cada órgão do Governo que atue preventivamente e em conjunto com a Secretaria Federal de Controle (SFC), é imprescindível para o funcionamento de um controle interno eficaz. Para isso as Auditorias Internas de cada órgão público deveriam estar diretamente ligadas com SFC. No modelo atual, as Auditorias Internas das instituições públicas estão ligadas diretamente à administração de seus respectivos órgãos. Este quadro dificulta a atuação do Controle Interno, uma vez que gera um conflito de subordinação e interesses. Para isso, os auditores internos de cada um dos órgãos públicos deveriam estar ligados diretamente ao controle interno. Ao contrário do setor privado o controle interno governamental não está diretamente ligado a mais alta administração superior da entidade, neste caso, a Presidência da República. Por sua vez, os auditores internos de cada órgão, estão subordinados a administração superior de seu próprio órgão, ou seja, trabalham em prol dos interesses de sua entidade, pois é a ela que estão diretamente vinculados (SIQUEIRA, 2006), a situação nas IFESs é um pouco mais complicada uma vez que estas instituições são autônomas financeira e administrativamente e uma vinculação da auditoria interna a SFC poderia caracterizar a perda desta autonomia.

4                               Auditoria Interna da UFES

4.1                            Histórico

Com a edição do Decreto n° 3591, de 06.09.2000, ficou determinado que as entidades da Administração Pública Indireta deveriam organizar a respectiva unidade de Auditoria Interna. Até então, a UFES não tinha um órgão específico de auditoria interna, tais funções eram desempenhadas pela equipe técnica do Conselho de curadores da UFES. A partir de 2002, com a edição do estatuto da UFES, foi previsto em seu Art. 9 inciso VI a criação de um órgão suplementar denominado “Núcleo de Assessoria Jurídica e Auditoria Interna”. Em 2004, o Professor Hedison Barbosa Carneiro é designado como Primeiro Auditor Interno da UFES, sendo que em 16 de dezembro de 2004 assume o cargo a contadora Santinha G. Gottilieb, é criado então o setor de Auditoria Interna (AUDIN) que conta atualmente com 03 servidores sendo dois contadores e um assistente em administração. Portanto, a AUDIN é um setor relativamente novo e em fase de estruturação.

A AUDIN é o órgão técnico de controle da UFES. Conforme determinação do decreto 3591 deve estar subordinada ao órgão máximo da Instituição, no caso, está vinculada ao Conselho Universitário. A nomeação, designação ou dispensa do Auditor Interno é submetida pelo Reitor à aprovação do Conselho Universitário e informada a Controladoria Geral da União para aprovação final.

4.2                            Funções da Auditoria Interna

Compete a AUDIN:

-Assessorar, orientar, acompanhar e avaliar os atos de gestão, para assegurar a regularidade da gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional, com o objetivo de garantir a eficiência, eficácia e efetividade, além do cumprimento da legislação pertinente;

-Acompanhar a implementação das recomendações e determinações de medidas saneadoras apontadas pelos órgãos do Controle, TCU e CGU.

-Examinar e emitir parecer sobre a Prestação de Contas Anual da Universidade

-Elaborar o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna - PAAAI

-Elaborar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna - RAAAI

-Executar outras atividades inerentes à área ou que venham a ser delegadas pelo Reitor.

A AUDIN acompanha as auditorias externas da Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União, e o cumprimento das determinações e recomendações desses órgãos de controle.

Atua nas áreas traçadas no Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna, quais sejam: análise de balanços e balancetes mensais, almoxarifado, diárias, licitações e contratos. Entretanto, segundo a Auditora Interna, dado ao número restrito de servidores na AUDIN, a atuação fica um pouco limitada, sendo as áreas auditadas sempre por amostragem.

4.3                            Fontes e Instrumentos de Trabalho

São fontes de informação para a Auditoria Interna:

·       Discussão com os dirigentes/gestor os diversos setores;

·       Entrevista com o pessoal técnico;

·       Normativos constitucionais e legais;

·       Programa de Dispêndio Global – PDG;

·       Legislação constitutiva básica das unidades de trabalho;

·       Normativos internos das unidades encarregadas;

·       Relatórios de desempenho operacional;

·       Editais/atos convocatórios;

·       Boletins estatísticos;

·       Dados dos sistemas corporativos do Poder Executivo Federal:

o      SIDOR - Sistema Integrado de Orçamento

o      SIASG  - Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais

o      SIAPE - Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos

o      SIAPA - Sistema Integrado de Administração de Patrimônio Imobiliário

o      SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira

o      SIG - Sistema Integrado de Informações Gerenciais

o      SIORG - Sistema Integrado de Informações Organizacionais do governo;

·       Análise de contas e saldos dos balancetes;

·       Análise de contas de contratos, convênios e termos de parceria.

·       Análise de indicadores operacionais,

o      Custo Corrente / Aluno Equivalente

o      Aluno Tempo Integral / Professor Equivalente

o      Aluno Tempo Integral / Funcionário Equivalente

o      Funcionário Equivalente / Professor Equivalente

o      Grau de Participação Estudantil

o      Grau de Envolvimento Discente com Pós-Graduação

o      Conceito CAPES / MEC para a Pós-Graduação

o      Índice de Qualificação do Corpo Docente

o      Taxa de Sucesso na Graduação

São instrumentos de trabalho da Auditoria Interna: Os Papéis de Trabalho, a Solicitação de Auditoria, a Nota, o Relatório, o Registro das Constatações e o Parecer.

4.4                            Controle Interno na Perspectiva da Auditoria

Na perspectiva da auditoria interna o sistema de controle interno deve contemplar as dimensões contábil, orçamentária, operacional e patrimonial. Dessa forma, seguem tabelas (LIMA, VIEIRA, 2005) evidenciando a ocorrência bem como a eficiência destes controles na perspectiva da AUDIN:

Tabela 2 – Controle Contábil

Procedimento

descrição

Ocorrência

Avaliação

Análise de contas e saldos dos balancetes e balanços

Objetiva comprovar se as demonstrações refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes.

SIM

9

Exame dos registros e documentos

Objetiva comprovar se os registros foram efetuados conforme os princípios de contabilidade

SIM

9

Conferência de Cálculos

Revisão das memórias de cálculos

NAO

 

 

Avaliação Média

6

 

 

% de Ocorrência

66,67%

 

 

Tabela 3 – Controle Orçamentário

Procedimento

descrição

Ocorrência

Avaliação

Análise do orçamento da entidade

Análise do orçamento visando assegurar a integridade deste

SIM

8

 

Avaliação Média

8,0

 

 

% de Ocorrência

100,00%

 

Tabela 4 – Controle Patrimonial

Procedimento

descrição

Ocorrência

Avaliação

Inspeção Física

Exame usado para testar a efetividade dos controles relativos à segurança bens tangíveis

NÃO

 

 

Avaliação Média

0,0

 

 

% de Ocorrência

0,00%

 

Tabela 5 – Controle Operacional

Procedimento

descrição

Ocorrência

Avaliação

Análise de indicadores operacionais

Auxiliar a administração na gerência e nos resultados

SIM

8

Utilização sistemas informatizados

Assessoramento tempestivo ao gestor público

NAO

 

Observação de Atividades

verificação das atividades para revelar erros, problemas ou deficiências que de outra forma seriam de difícil constatação.

SIM

8

 

Avaliação Média

5,3

 

 

% de Ocorrência

66,67%

 

Tabela 6 – Controle Administrativo

Procedimento

descrição

Ocorrência

Avaliação

Fiscalizar a execução das metas e objetivos estabelecidos

Verificações e averiguações para avaliar a qualidade do gerenciamento na realização das metas estabelecidas;

SIM

8

Avaliar a qualificação e treinamento do pessoal

Eficácia dos controles internos administrativos está diretamente relacionada com a competência, formação profissional.

NAO

 

Verificar o rodízio de funções

Verificar se há rodízio de funções para reduzir/eliminar possibilidades de fraude

NAO

 

Verificar a delegação de poderes e

Prevista em regimento/estatuto e organograma, com vistas a assegurar maior rapidez e objetividade às decisões.

NAO

 

Verificar a definição de responsabilidades

Prevista em manuais de rotinas/procedimentos.

SIM

7

Verificar a segregação de funções

Verificar se a estrutura das unidades prevê a separação entre as funções de autorização de operações, execução, controle e contabilização.

SIM

9

 

Avaliação Média

4,0

 

 

% de Ocorrência

50,00%

 

Tabela 7 – Outros

Procedimento

descrição

Ocorrência

Análise em processos  de serviços por dispensa de licitação;

 Analisar os processos  de serviços por dispensa de licitação;

SIM

Análise nos relatórios mensais de almoxarifado

 Analisar relatórios mensais de almoxarifado

SIM

Análise nos balancetes mensais.

 Analisar balancetes mensais.

SIM

Atendimento a solicitação de demanda pelo Conselho Universitário.

 Atender a demandas de auditoria pelo Conselho Universitário.

SIM

Análise nos processos concessão de diárias.

 Analisar nos processos concessão de diárias, inclusive elaborando o Manual de concessão de Diárias em conjunto com outros setores da UFES;

SIM

Implementações das recomendações dos órgãos de controle.

Implementar as recomendações dos órgãos de controle, ou seja, quanto às recomendações da CGU e algumas do TCU;

SIM

 

% de Ocorrência

100,00%

Tabela 8 – Total Global

Item

Qtde

%

Quantidade de ocorrências

13

68,42%

Quantidade de não ocorrências

6

31,58%

Total

19

100,00%

TOTAL GLOBAL

Avaliação Média

3,89

% de Ocorrência

69,44%

 

 

Analisando-se então a tabela 8, percebe-se que dos procedimentos de controle apontados existe uma ocorrência de 68 % sendo que o total global recebe uma avaliação média de 3,89 por parte da auditoria interna, percebe-se então que a freqüência dos controles é relativamente pequena e que sua eficiência (avaliação) também não é suficiente para a instituição, encontra-se um controle incipiente.

5                               Conclusões

A partir do estudo realizado percebeu-se que o Controle Interno na UFES ainda é incipiente, não havendo um setor responsável pelo controle interno na universidade, ficando esta função atribuída a Auditoria Interna, a qual foi criada recentemente estando ainda em fase de estruturação, outro fator determinante na eficiência de sua atuação é  o reduzido corpo de servidores deste setor comparativamente às demandas da instituição.

Percebeu-se que não existe um Sistema de Controle Interno formalizado e institucionalizado.

Dessa forma foi comprovada a hipótese alternativa, uma vez que foram constados diversos procedimentos de controle interno, entretanto não sendo suficientes para a realidade da entidade, estes devem ser atualizados e complementados, o que possivelmente acontecerá com a atuação mais direta da auditoria interna que, ora em fase de estruturação, futuramente estará mais preparada.

6                               Sugestões Para Novas Pesquisas

Como dito no item “2.6 Limitações” a pesquisa não tem caráter exaustivo, dessa forma muito pode ser feito.

Sugere-se realizar uma pesquisa mais profunda focando todos os setores da universidade, objetivando analisar o controle interno em toda a universidade, podendo utilizar a mesma metodologia.

Sugere-se também analisar as fundações de apoio que ficaram de fora do escopo desta pesquisa, pois possuem grande representatividade financeira e foram recentemente auditadas pelo TCU, havendo inclusive algumas irregularidades.

7                               Referências

ATTIE, Willian. Auditoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1998.

CFC – Conselho Federal de Contabilidade, Resolução 820/97.

CISET – MRE - Secretaria de Controle Interno do Ministério das Relações Exteriores. O Controle Interno na Administração Pública Federal. Disponível em http://www2.mre.gov.br/ciset/ocontrol.htm. Acessado em 13 jun.  2006.

FRANCO, Hilário Franco e MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 2ª ed. São Paulo, Atlas, 1992.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

REMYRECH, Ruy. Controle Interno na Administração Pública. Porto Alegre, 2005. Disponível em www.tce.rs.gov.br/artigos/pdf/ controle-interno-administracao-publica.pdf. Acessado em 13 jun.  2006.

REZENDE, Suely Marques de; FAVERO, Hamilton Luiz. A importância do Controle Interno dentro das organizações. Revista de Administração Nobel, Nº 03, p. 33-44, jan./jun.2004.

SÁ, Antônio Lopes de. História geral e das doutrinas da contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.

SIQUEIRA, Frederico Rodrigues de. Evolução do Sistema Governamental de Controle. Disponível em http://www.unb.br/aud/. Acessado em 17 jun. 2006.

UFES – Universidade Federal do Espírito Santo, Estatuto, 2002. Disponível em http://www.ufes.br. Acessado em 17 jun. 2006.

______, Relatório de Gestão 2005, 2005. Disponível em http://www.ufes.br. Acessado em 17 jun. 2006.

LIMA, Ana Luiza Pereira; VIEIRA, Simone Silva da Cunha. Auditoria e Controle, 2005. Disponível em http://www.educacaofiscal.rj.gov.br/materialdidatico.shtml. Acessado em 20 jun. 2006.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário