quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA ARACRUZ CELULOS

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ANÁLISE FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DA ARACRUZ CELULOSE S/A DO PERÍODO DE 1998-2008

 

Abstract

This paper presents an analysis of published financial statements for the period 1998 to 2008 of Aracruz Celulose S / A, using the main methods of analysis known, ie, Leverage Analysis, Analysis Horizontal and vertical analysis liquidity, debt, efficiency and profitability, discriminant analysis, analysis of cycles and the average maturity of working capital and Capex in Giro (IOG).

These financial results on its web site were standardized to then compose the basis for the formation of quotients connecting the main groups from which the analysis was fair and the results extrapolated.

We begin with a background in which the company analyzed is presented, soon after it is presented the theoretical foundation of this work, to then be presented the results of the analysis.

Keywords: Analysis of Balance Sheet, Working Capital, Accounting, indexes

Author: Iury da Silva Pessôa (iury@ct.ufes.br)

 

Resumo

O presente trabalho apresenta uma análise dos demonstrativos contábeis publicados no período de 1998 a 2008 da Aracruz Celulose S/A, utilizando-se os principais métodos de análise conhecidos, ou seja, Análise de Alavancagem Financeira, Análises Horizontal e vertical, Análise da liquidez, do endividamento, da rentabilidade e lucratividade, Análise discriminante, Análise dos ciclos e prazos médios, do capital de giro e do Investimento Operacional em Giro (IOG).

Os demonstrativos Contábeis obtidos no site da empresa foram padronizados para, em seguida, comporem base para a formação de quocientes relacionando os principais grupos a partir dos quais as análises foram feiras e os resultados inferidos.

Inicialmente é feita uma contextualização na qual a empresa analisada é apresentada, logo após é apresentado o fundamento teórico deste presente trabalho, para então serem apresentados os resultados da análise.

Palavras Chaves: Análise de Balanços, Capital de Giro, Contabilidade, Ìndices

Autor: Iury da Silva Pessôa (iury@ct.ufes.br)

1                              Introdução

1.1                               Aracruz

Fonte: www.aracruz.com.br

Fundada em 1972 no Espírito Santo, a Aracruz Celulose é a líder mundial na produção de celulose branqueada de eucalipto, responsável por cerca de 24% da oferta global do produto.

Possui uma capacidade de produção de cerca de 3,2 milhões de toneladas anuais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto, a qual está distribuída pelas Unidades Barra do Riacho - ES (2,3 milhões de t), Guaíba - RS (450 mil t) e Veracel - BA (450 mil t).

Possui ainda 286 mil hectares de plantios renováveis de eucalipto, intercalados com cerca de 170 mil hectares de reservas nativas.

Seu controle acionário é exercido pelo grupo Votorantim (84% do capital votante cada) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES (12,5%), sendo uma das três empresas brasileiras que integram o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI World) 2008, que destaca as melhores práticas em sustentabilidade corporativa no mundo.

Além disso, a empresa inclui-se entre as 28 que compõem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) na Bovespa.

2                              Metodologia

2.1                               Situação Problema

Considerando que o objetivo precípuo da análise de balanços é “extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos”, Iudicibus (1995), o presente trabalho se propõe a executar a análise financeira dos demonstrativos contábeis da principal empresa do ramo de papel e celulose brasileira, focando na dimensão financeira de tais demonstrativos, para tanto foi utilizado os demonstrativos do período de 10 anos (1998-2008).

2.2                               Objetivos

2.2.1                        Objetivo Geral

O objetivo geral do trabalho é analisar financeiramente os demonstrativos contábeis da da principal empresa do ramo de papel e celulose brasileira, focando a dimensão financeira dos demonstrativos financeiros da empresa publicados no período de 1998 a 2008.

2.2.2                        Objetivos Específicos

Como forma de direcionar o trabalho e torná-lo consistente, são propostos os objetivos específicos dispostos a seguir, as quais foram fundamentados nas propostas para análise financeira de Pereira (2004):

·       Descrever, através de levantamento teórico e revisão bibliográfica, conceitos e fundamentos da análise de balanços;

·       Obter demonstrações contábeis das empresas em questão;

·       Conferir, a partir de uma pré-análise, verificando a consistência destas demonstrações;

·       Adequar as demonstrações contábeis a um padrão para análise;

·       Processar as informações para a obtenção de quocientes e dados para análise;

·       Análise dos dados e informações coletados,

2.3                               Limitações

Devido a restrições de se obter demonstrações contábeis anteriores a 1998, o trabalho limitou-se ao intervalo 1998 – 2008 e restringiu-se a apenas uma análise em ambiente microeconômico, uma vez que não foram considerados fatores macroeconômicos nas análises e inferências efetuadas, excetuando-se o ano de 2008, onde há os efeitos perceptíveis da “Crise Financeira de 2008” e, portanto, este foram considerados na análise.

3                              Referencial Teórico

3.1                               A Contabilidade

A Contabilidade é definida por Iudicibus (1999) como método de identificar, mensurar e comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários da informação.

A Contabilidade pode ser dividida em diversas áreas de atuação, entre as principais destas áreas tem-se: Contabilidade Geral ou Financeira, Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial, Análise de Balanços,

A contabilidade financeira é um ramo da contabilidade que controla o patrimônio das instituições e apura o resultado, prestando informações a usuários externos por meio de relatórios (demonstrações contábeis).

O objetivo da Contabilidade Financeira é coletar os dados das transações econômico-financeiras que afetam o patrimônio da entidade, classificá-los e registrá-los, fornecendo informações condensadas em forma de relatórios, (ANDRADE E SILVA, 2006, p. 02).

Considerado que a contabilidade financeira visa essencialmente fornecer informações para o público externo à instituição, seus principais usuários são fundamentalmente externos a esta, eles são aqueles que têm algum interesse na saúde financeira da instituição, entre eles os sócios, acionistas, proprietários de quotas e investidores, uma vez que estes estão interessados na rentabilidade e segurança de seus investimentos na instituição, além dos bancos e outras instituições financeiras além dos sindicatos, governo, administradores e executivos entre outros.

As técnicas contábeis são os métodos utilizados para permitir que a contabilidade financeira atinja seu objetivo. São elas a escrituração (registro dos fatos administrativos), as demonstrações contábeis (sintetizam as informações geradas), a auditoria (verificação da consistência das demonstrações e dos registros) e a análise de balanços (estudos para verificar a saúde econômico-financeira da instituição) (Crepaldi, 1999, p. 26).

3.2                               Análise Financeira de balanços

Análise financeira, segundo Pereira (2004), consiste em um exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das condições endógenas e exógenas que afetam financeiramente a empresa. Já a análise de balanços é conceituada por Iudicibus (1995) como a arte de saber extrair relações úteis dos relatórios contábeis.

Quanto aos objetivos, Matarazzo (2003), afirma que a análise de balanços objetiva extrair informações que permitam concluir a eficiência da empresa, e a extensão destas informações irá depender do grau de excelência da análise, Assaf Neto (2002) complementa que a análise visa relatar a posição econômico-financeira atual, as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras.

Assaf Neto (2002) relaciona quatro ferramentas amplamente utilizadas para a análise:

Análise Horizontal e vertical: Objetiva a avaliação dos demonstrativos contábeis por sua evolução ao longo do tempo (análise horizontal), e pela participação relativa de cada valor em relação a um total (análise vertical).

Análise da liquidez: Permite verificar a capacidade de pagamento da empresa, bem como seu equilíbrio financeiro e sua necessidade de investimento em giro.

Análise do endividamento: Avalia a dependência da empresa de capital de terceiros bem como o perfil temporal desta dependência, avalia ainda o risco financeiro.

Análise de rentabilidade e lucratividade: Avalia o desempenho econômico da empresa.

Pereira (2004) relaciona ainda os métodos:

Análise discriminante: Permite elaborar modelos matemáticos considerando apenas os índices mais representativos, no caso o autor desenvolveu o Modelo Pereira.

Análise dos ciclos e prazos médios: Permite a identificação e análise dos ciclos operacional e financeiro bem como dos prazos médios de estocagem, de recebimento de vendas e de pagamento de duplicatas.

Análise do capital de giro: Permite a identificação e avaliação do capital circulante líquido do capital de giro próprio e do capital permanente líquido.

Análise do Investimento Operacional em Giro (IOG): Permite identificar e analisar a necessidade de capital de giro e do saldo em tesouraria bem como identificar o perfil da empresa como tomadora ou aplicadora de recursos.

Já Iudicibus (1995) relaciona entre outros o método da análise da alavancagem financeira, o qual permite identificar o quanto os capitais de terceiros tem “alavancado” o resultado da empresa.

A presente análise aplicou os métodos acima citados na avaliação dos balanços do período de 1998 a 2008 da empresa Aracruz Celulose S/A, objetivando identificar a posição financeira de tal empresa, os motivos de tal posição, além de identificar as tendências futuras.

4                              Análise das Demonstrações Contábeis da Aracruz

4.1                               Analise dos índices de estrutura de capital

Ao analisar os índices de estrutura de capital percebe-se de imediato o esforço da administração em mudar o perfil de sua dívida de curto prazo, a qual em 1998 compunha 76,32% do exigível total da empresa foi reduzida no período 1998-2006 e passou a representar apenas 19,5 % em 2007, como pode ser observado na Figura 1. Como parte da estratégia, as dívidas de longo prazo que representavam 23,68 % do exigível total em 1998 (o complementar da dívida de curto prazo) e passaram a representar 80% em 2007, o que influenciou diretamente no lucro da empresa, o qual era corroído por despesas financeiras, as quais representavam 53 % da receita líquida em 1998, chegando a representar 103 % em 1999 e passando para apenas 9 % da receita líquida em 2005 e voltando a patamares altos no período de 2006/2008. Deve-se relevar, entretanto, que em 2008 os índices de participação de capitais de terceiros deu um “salto” dos 85% em 2007 para 1133% em 2008, como reflexo do prejuízo monumental da empresa (4,2 bilhões de reais) em 2008 o qual foi conseqüência direta de aplicações financeiras (debêntures) em meio a crise financeira de 2008, o que corroeu o patrimônio líquido e ampliou o exigível a longo prazo, 256 % maior que em 2007. Vale destacar que o Patrimônio Líquido regrediu para patamares de 40% do valor que era em 1998, ou seja, 60% menor do que era ha 10 anos.

Portanto a empresa, que estava operando normalmente, apresenta resultado operacional positivo em todos os anos analisados, foi impactada pelas conseqüências da estratégia financeira de investimentos e pela crise de 2008, gerando perdas no mercado financeiro na ordem de 5,9 bilhões de reais, o que, após negociação, gerou um exigível de longo prazo de 9,4 bilhões de reais, portanto a situação financeira da empresa é preocupante.

Quanto aos demais índices da estrutura de capitais também foram afetados, percebe-se também que a imobilização do Patrimônio Líquido que havia aumentado de 119 % em 1998 para 130 % em 2007, foi a 800% em 2008 em decorrência da diminuição do PL da empresa. Já a imobilização de recursos não correntes manteve-se estável a uma taxa média de 80% nesse período (uma vez que o aumento do exigível compensou a redução do PL) e a obsolescência do Imobilizado manteve-se constante variando em torno de 35 %.

A figura a seguir sumariza os índices e deixa claro o efeito do prejuízo decorrente da atividade financeira da empresa e da crise financeira de 2008 na estrutura de capital da empresa:

Figura 1 - Estrutura de capital

4.2                               Analise dos índices de liquidez

Verifica-se que a liquidez da empresa melhorou sensivelmente durante o período de 1998 a 2007, tendo como pico o ano de 2006, porém registrou-se sensível redução no período de 2007-2008 redução essa que visível no índice de liquidez geral, uma vez que esse índice é mais sensível a endividamento de logo prazo que teve um significativo aumento nesse período (206%).

Portanto percebe-se que a liquidez da empresa também está sendo minada, como conseqüência de sua política financeira, principalmente em decorrência da redução do PL e do aumento do Capital de Terceiros.

A Figura 02 apresenta os índices e pode-se perceber a sensível queda na liquidez da empresa a partir de 2006 e a qual acentuou-se em 2008:

Figura 2 - Liquidez

4.3                               Análise dos índices de Rentabilidade

Quanto à rentabilidade da empresa, é gritante o ano de 2008, também reflexo da Crise e da política financeira da empresa.

Percebe-se que, naquele ano (2008) a rentabilidade da empresa foi negativa (prejuízo) sendo esse muito superior ao PL (4 vezes) e mesmo o giro do ativo sofreu uma queda como reflexo do desaquecimento do mercado mundial

Excetuando-se o ano de 2008, percebe-se que ao longo do período de 1998 a 2007, todos os índices de rentabilidade da empresa em questão apresentaram melhora.  O que pode ser entendido como resultado da política apresentada na análise de estruturas de capitais, pois ao se observar a Demonstração de Resultados do Exercício – DRE, percebe-se que as despesas financeiras apresentaram redução em sua participação na receita líquida a partir de 2002.

O gráfico a seguir apresenta aos índices de rentabilidade. Pode-se perceber claramente o efeito da crise no ano de 2008, onde todos os índices tiveram sensível piora, efeito do monumental prejuízo da empresa naquele ano:

Figura 3 - Rentabilidade

4.4                               Análise dos índices dos Prazos médios e ciclos

Quanto aos prazos médios, também 2008 foi um ano atípico, neste todos os prazos aumentaram afetando os ciclos operacional e financeiro da empresa.

A empresa, que desde 2005 conseguia melhorar seus prazos médios e reduzindo seus ciclos operacional e financeiro, reduzindo os prazos para seus clientes e aumentando as vendas e, sem alterar o prazo de pagamento a fornecedores otimizando o financiamento da operação, sofreu um grande impacto em 2008 quando todos os seus prazos aumentaram  aproximadamente 25% em relação a 2007, sendo que o giro de estoque diminuiu 27% nesse mesmo período.

Tais situações podem ser observadas nas figuras 04 e 05 a seguir, onde fica claro a tendência de melhora nos prazos a partir de 2005 e a brusca interrupção em 2008:

Figura 4 - Prazos médios I

Figura 5 - Prazos médios II

4.5                               Análise discriminante

Os Termômetros de insolvência de Kanitz e de José Pereira da Silva classificavam a empresa como solvente (Fator de insolvência maior que zero) até o ano de 2007, apresentando valores altos como pode ser observado na Figura 05, já os termômetros de Altman classificam a empresa como Insolvente (Fator de insolvência menor que zero) em praticamente todos os anos.

Já em 2008 todos os termômetros apontam a empresa como insolvente, inclusive o termômetro desenvolvido por Kanitz, conforme pode ser observado a seguir na figura 6:

Figura 6 - Termômetros

4.6                               Necessidade de Capital de Giro – NCG e o Saldo em Tesouraria

Também a Necessidade de Capital de Giro – NCG –, que se manteve estável no período de 98-00 e apresentou uma redução no ano de 2000 e 2001, entretanto sustentou forte alta a partir de 2001o que pode provocar problemas para a empresa uma vez que a administração deve continuar a financiar essa necessidade com recursos de terceiro, caso não gere recursos suficientes.

Já o saldo em tesouraria, por sua própria natureza e correlação com a NCG, apresentou comportamento quase que inversamente proporcional a aquela, o que pode ser explicado ao observar a Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC onde observamos que a principal causa desse desfalque são os pagamentos a empréstimos, isso explica a redução no passivo circulante e a mudança no perfil da dívida de circulante para longo prazo, o que ocasiona altos valores de saldos em tesouraria a partir de 2003 até o pico em 2006 .

Figura 7 - NCG e Saldo em Tesouraria

4.7                               Conclusão

De maneira geral, conforme exposto acima, verificou-se a empresa estava com problemas apresentando prejuízo em 1998, mas se recuperou ao longo do período de 1999 a 2007. Dessa forma pode-se afirmar que a empresa conseguiu corrigir graves problemas referentes ao perfil de sua dívida e consegui utilizar o capital de terceiros de maneira a alavancar seus resultados nesse período.

Entretanto o ano de 2008 foi um ano atípico, a “Crise financeira” afetou todo o mercado mundial e para a Aracruz, esse foi um ano muito ruim, as decisões financeiras da empresa, aliadas ao péssimo desempenho da economia mundial provocaram efeitos catastróficos em seus resultados, efeitos esses que prejudicaram toda a estrutura de capitais de liquidez e de prazos da empresa. Portanto, a situação atual da Aracruz Celulose S.A. é alarmante e perigosa, as próximas decisões dos administradores da empresa serão decisivas para uma eventual recuperação.

 

5                              Referências

ANDRADE, Álvaro P. de. SILVA, Luiz G. C. da. Especializações em Ciências Contábeis. Disponível em http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=espearti, acessado 05 de jun. 2009.

ARACRUZ CELULOSE. Informações Financeiras. Disponível em www.aracruz.com.br. Acessado em 05 jun. 2009.

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2002.

CFC – Conselho Federal de Contabilidade, Resolução 820/97.

CREPALDI,  Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade: resumo da teoria, atendendo as novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com resposta. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 1999.

HERRMANN JR., Frederico. Análise de Balanços para a Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2004.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 2003.

PEREIRA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas, 2004

 



 


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